Mudança Forçada de Hábitos



O grupo Kantar que hoje é o maior conglomerado global especializado em estudos, pesquisas, monitoramento e análise de dados, concluiu que a crise de abastecimento de água na grande São Paulo, trouxe expressivas mudanças de comportamento para o paulistano. Cenário da maior estiagem das últimas décadas, São Paulo sofreu com a falta d`agua e com os famigerados rodízios, porém o País como um todo sofreu: 45% dos brasileiros tiveram que lidar, de alguma forma, com a falta de água e 29% sofreram duas vezes por semana com o problema. Os lares de baixa renda são os mais prejudicados e há uma grande preocupação com o tema, tanto em São Paulo (74%) como no Brasil com um todo (65%).
De acordo com o levantamento, em 34% das residências da região metropolitana de São Paulo faltou água diariamente. Esse número é bem maior do que o do interior de São Paulo (3%), Grande Rio de Janeiro (7%) e o Brasil como um todo (7%).
Em São Paulo até a frequência de banhos por semana caiu quase 10%, de 13,8 para 12,5, índice bem abaixo da média brasileira.
 Campanhas de conscientização e programas de incentivo ao uso consciente foram veinculados constantemente nos meios de comunicação e atingiram, em seis meses, 16 milhões de habitantes, o que equivale a 82% da população. Para se ter uma ideia da abrangência das campanhas publicitárias, cada paulistano foi impactado por um comercial sobre a crise hídrica 17 vezes – praticamente o mesmo tanto de vezes que assistiu a propagandas de produtos de barbear e depilação.
A conscientização sobre a gravidade da crise hídrica na capital paulista, junto com os programas oficiais de incentivo à economia e de penalização do aumento do consumo, trouxe mudanças nos hábitos da população. A frequência de banhos por semana caiu quase 10%, de 13,8 para 12,5 – abaixo da média brasileira, que também caiu no período, de 15,7 para 13,8. Ainda assim, o paulistano toma, em média, bem mais banhos do que países como Polônia (9,6) e França (7,4).
A duração do banho também mudou. Houve uma migração dos longos (mais de 15 minutos) para os curtos (menos de 5 minutos). No início de 2014, essa proporção era de 41% e 27%, respectivamente, e migrou para 27% e 33%. Como efeito colateral, caíram as vendas de shampoos e sabonetes em barra e aumentou o uso de desodorante, em especial o formato aerossol.
Embora reconheça a importância das ações referentes ao uso consciente dos recursos hídricos, os paulistanos contam com uma participação maior do Estado, para evitar problemas futuros. Para 45% dos paulistanos, o governo estadual é o principal responsável pela crise de abastecimento. Sabesp (19%), falta de chuvas (18%) e a própria população (10%) também foram citadas. A boa notícia é que a dificuldade despertou a consciência, não só em São Paulo, mas no conjunto da população.
O problema hídrico trouxe benefícios concretos para quase metade dos brasileiros (48%), que consideram uma prioridade viver um estilo de vida ambientalmente responsável, o que é bem acima da média global, de 45%.

Share this:

Sobre o Autor

Saiba mais sobre os autores deste blog visitando as redes sociais da multifloranet na Web

0 comentários